As lojas de todo shopping são fechadas às dez da noite. No Iguatemi São Paulo, não é diferente. Mas na noite de ontem, uma quarta-feira em que os termômetros marcavam menos de 20 graus na capital paulista, 250 convidados fizeram vigília em frente às portas de vidro da C&A, no térreo do shopping. Lado a lado, os assalariados da moda – jornalistas que saíram direto do trabalho -, blogueiras e it-girls produzidérrimas, de saltos altíssimos, maquiagem e roupas finas, esperavam pela abertura das portas, bebericando prosecco.
Às 23h, aquelas pessoas selecionadas seriam as primeiras a terem contato com as 27 peças feitas pela estilista inglesa Stella McCartney para a C&A, durante duas horas, até a 1h. A linha chega a 38 lojas da rede só no dia 23. A pré-venda nesse horário pouco convencional foi a primeira ação do gênero no País. Primeiramente, as pessoas entraram aos poucos. Em seguida, as portas foram abertas e, em pouquíssimos minutos, as araras ficaram vazias.
A histeria pela coleção começou assim que a parceria foi anunciada. Então não surpreende que a pré-venda tenha sido um Deus-nos-acuda, com fashionista disputando peças e se equilibrando no salto 15 com um monte de cabides de plástico reciclado na mão. Naquele momento, valia pegar todas as opções do seu tamanho (ou não), só para garantir que ia comprar alguma coisa. Na verdade, nem precisava de tanta afobação. Mas vai falar isso para uma mulher ávida pelo consumo?
Aos poucos, as peças foram sendo repostas nas araras. Dentro do provador, que tem uma antessala com espelhos, cada uma procurava um cantinho e experimentava as roupas ali mesmo, sem pudores. Bem naquele clima de bazar. Mas com preços bem menos amigos, de R$ 69,90 a R$ 499. Tudo bem que é Stella McCartney – um casaco com assinatura dela custa, em média, US$ 1.500 (R$ 2.500), enquanto na C&A sai por R$ 300.
Em geral, as peças são bem boas. Não espere algo formidável, e sim honesto. Apesar de serem criações de Stella McCartney, a linha é da C&A com preço de Zara, mas é da C&A – com aviamentos e acabamentos mais primorosos que os das peças regulares, é bem verdade. Tem trench coat de R$ 300 com forro de algodão até a metade (oi? não custava pagar mais, sei lá, R$ 3 pelo forro completo). As camisetas de malha são bem gostosas e na Hering custariam o mesmo preço (sem a assinatura de Stella), então valem a pena. Os vestidos de seda são mesmo de seda, e não de poliéster, por R$ 189. Alguns parecem camisolas, mas há outros que valem o investimento. E a peça-desejo, a jaqueta de paetês, é bem digna (pudera, custa R$ 499, né?). A C&A também tomou cuidado na hora da finalização da venda. Como em butiques, as peças são envoltas em uma folha papel de seda, que é fechada por uma etiqueta dourada. E a sacola é de papel, com alça de cordinha.
Outros grupos de mulheres vão ter acesso às peças antes de a venda ser aberta ao público. Um hotsite foi criado e a rede anunciou um pré-cadastramento para comprar das 8h às 10h no dia do lançamento. Adivinha? As vagas acabaram rapidamente. Quem quiser garantir pelo menos uma roupinha criada pela filha de Paul McCartney vai ter de ter disposição. E sorte.
Segundo a assessoria de imprensa da C&A, todos os trenchs da marca Stella McCartney tem o forro pela metade e ela exigiu que os da coleção da C&A fossem assim também. Segundo ela, a peça fica adaptada ao clima e com metade do forro o caimento fica perfeito. Fazer dessa forma, com metade do forro, é mais caro que com o inteiro.
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